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Expert em azeites, Maria Beatriz Dal Pont dá dicas de como escolher o melhor produto

Por Túlio Silva
Foto divulgação

Coordenadora no Brasil da International Olive Oil Academy (Academia Internacional de Azeites de Oliva, em tradução livre), Maria Beatriz Dal Pont (foto) apresentou na noite de quarta-feira (24) palestra sobre azeites na 17a edição da Expovinis – maior feira de vinhos da América Latina. Na aula, batizada de “Azeite, a descoberta das sensações e sabores”, os participantes aprenderam como se degusta o óleo de oliva.

Dicas como esquentar com a mão um copinho com o líquido dentro, para ajudar a liberar melhor os aromas, espalhá-lo com a língua no palato e puxar o ar com os cantos da boca, foram dadas ao público. As boas características de azeites, como amargor, frutado e picância, puderam ser apreciadas por todos.

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Em conversa com a reportagem de Prazeres da Mesa, Maria Beatriz deu dicas para o consumo de produtos comprados em supermercado, por leigos e sem conhecimento prévio de rótulos. Confira abaixo o que fazer para não errar na hora da compra:

PRAZERES DA MESA – Para um consumidor que não conhece nada de azeites, mas quer bons acertos na hora de comprar um produto desconhecido, quais dicas você daria?

MARIA BEATRIZ DAL PONT – Quando se vai comprar um azeite extravirgem, alguns pontos devem ser considerados: a garrafa precisa ser escura, uma vez que a luz oxida o líquido e desmerece suas qualidades; a embalagem deve ser muito bem observada quanto a não estar violada. Tem de ser de vidro, com data de fabricação recente e indicação do local de produção. O vidro é o recipiente mais adequado para conservar o produto, ele não é poroso, é inerte, não tem gosto e nem cheiro, e não degrada o óleo. Com relação à data e origem, isso se explica por as azeitonas terem datas certas para a colheita, existe safra. No Hemisfério Norte, a colheita costuma ser em novembro. E, no Sul, em julho. Checadas essas questões, o consumidor poderá comprar um azeite jovem, que é uma característica importantíssima desse tempero. É importante que, em casos como esse, de um consumidor que não entende nada do óleo, se dê preferência a países da Bacia do Mediterrâneo, região já bem conhecida, que costuma causar menos enganos. A acidez também é muito importante, convém comprar aqueles que têm acidez máxima de 0,8%, ainda que esta seja uma questão muito delicada, já que este percentual só pode ser checado por análises químicas, não influenciando o paladar. E, por fim, deve-se desconfiar de produtos muito baratos, pois isso pode significar produção em massa.

PDM – Degustando alguns dos rótulos fornecidos pela organização do evento, quais seriam as principais características notadas?

MARIA BEATRIZ – O Olivita Frantoio, da Argentina, apresenta aroma e paladar fortemente gordurosos, sem frutado, sem amargor e sem picância. Já o português Cabeça das Nogueiras Premium, possui um bom balanço entre picância e pouco amargor. Por fim, o chileno Campos Gourmet Frantoio seria o meu favorito. Nesta prova, ele é o que produz a sensação mais agradável em minha boca e ainda apresenta bons amargor e picância finais.

PDM – Quais dicas você daria para quem quer se aprofundar no mundo dos azeites?
MARIA BEATRIZ – A dica é apenas uma: deguste, deguste, deguste até encontrar o que lhe agrada mais. Azeite pode ser bom na minha boca, mas não na sua, isso varia muito, de pessoa para pessoa.

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Prazeres da Mesa

Lançada em 2003, a proposta da revista é saciar o apetite de todos os leitores que gostam de cozinhar, viajar e conhecer os segredos dos bons vinhos e de outras bebidas antecipando tendências e mostrando as novidades desse delicioso universo.

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